Implantada num promontório com declive acentuado, o projeto para habitação estabelece-se em continuidade utilizando linguagem minimalista e contemporânea.
O seu corpo, predominantemente horizontal, é quebrado para melhor se adequar à morfologia distinguindo assim as diferentes áreas do habitar.
“A única possibilidade que o homem tem para ser e estar no mundo é habitando-o.”
Martin Heidegger
Na Arquitetura, o projeto de uma habitação unifamiliar apresenta grandes questões e diversas dinâmicas. O equilíbrio é palavra de ordem. Conciliando diversas esferas familiares, do mais íntimo para mais comum, do publico para o privado, estabelece-se filtros de privacidade, proporcionando diversas vivencias a diferentes tipos de pessoas.
Sendo a arquitetura “O jogo sábio, correto e magnifico dos volumes reunidos sob a luz” e tendo o arquiteto como função “fazer viver as superfícies que envolvem esses volumes”, tal como diz LE Corbusier, a poética nos volumes dispostos no terreno, envolventes e funcionais, torna-se imperante. A forma segue a função…
Quando o arquiteto surge como porta-voz de um projeto, deverá antever o modo de vida do habitante através do programa. Estabelecendo dinâmicas, o programa funcional desta habitação surge do dialogo com a sua envolvente. Sendo um terreno com acentuado declive, e tendo apenas uma frente de rua, o projeto volta a esfera comum para tardoz, Sala e cozinha, de forma a estabelecer diálogo franco, aberto e continuo com o terreno.
Identificação da problemática…
O conceito…
Como consequente, a esfera privada, quartos, será orientada para o arruamento. Neste momento e identificada a problemática, surge a volumetria que irá teorizar a projeto. Para garantir privacidade nas zonas mais intimas, quartos, recorrendo a uma linha diagonal, aberta à envolvente, é conferida privacidade ao mesmo tempo que é garantido abertura visual para o horizonte.
O corpo da habitação estabelece o dialogo entre cotas de terreno. Numa cota mais alta, onde a dominância da escala humana é maior, o volume apresenta-se cerrado, sem aberturas. Numa cota mais baixa, onde a perspetiva e o olhar perdem intensidade, o volume abre-se à paisagem.
No piso térreo, à cota da rua, as dependências práticas do habitar, garagem e arrumos, são estabelecidos dinamicamente sobre o terreno.
“De um traço nasce a arquitetura. E quando ele é bonito e cria surpresa, ela pode atingir, sendo bem conduzida, o nível superior de uma obra de arte.”
Oscar Niemeyer
Segmento
Projeto Habitação
Data do projecto
2012